sexta-feira, setembro 15, 2006

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

polly_maggoo disse...

dos meus poetas favoritos e daqueles a quem sempre recorro p saber q ainda sinto prazer na leitura de poesia.
bem escolhido:)

José Mata disse...

Lá está outra vez o poeta a intrometer-se!

Sou um inculto no que se refere a poesia. Incomoda-me sempre um pouco quando me percebo incluído num poema. É algo entre privacidade e orgulho. É uma mania minha :p

Mas agora apetecia-me mais...
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