nestas ruas
dou pontapés nas pedras e na vida
e faço do chão firmamento
onde apanho boleia de outros
passos pássaros
veículos em fuga
transpiro o que incomoda
e sinto a cidade colar-se-me
em pós cinzas
chovendo de cigarros
prenúncios de vida porque matam.
nestas tardes sou rua
com altos e baixos
sou rua habitada por todos e de ninguém
sou livre nestas ruas tardes
só
presa
a
mim
mesma.
2 comentários:
Gosto quando escreves. Uma poesia enxuta, um canto de independência e solidão na estranheza urbana de que também se é parte. Mas essa linha vertical que encerra o poema não figurará enfim a única pertença sentida como verdadeira?
Um beijo
Sem saber ao certo o que dizer, queria dizer sobretudo que te leio. E que gosto.
Um Abraço!
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