segunda-feira, janeiro 07, 2008

Vereda

nestas ruas

dou pontapés nas pedras e na vida
e faço do chão firmamento
onde apanho boleia de outros
passos pássaros
veículos em fuga

transpiro o que incomoda
e sinto a cidade colar-se-me
em pós cinzas
chovendo de cigarros
prenúncios de vida porque matam.


nestas tardes sou rua
com altos e baixos
sou rua habitada por todos e de ninguém

sou livre nestas ruas tardes

presa
a
mim
mesma.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto quando escreves. Uma poesia enxuta, um canto de independência e solidão na estranheza urbana de que também se é parte. Mas essa linha vertical que encerra o poema não figurará enfim a única pertença sentida como verdadeira?
Um beijo

groze disse...

Sem saber ao certo o que dizer, queria dizer sobretudo que te leio. E que gosto.

Um Abraço!