quinta-feira, agosto 21, 2008

«E eu imagino como deviam ter sido ainda mais belos os tempos em que todas as ideias estavam inscritas apenas na memória humana; naqueles tempos, se alguém quisesse prensar os livros teria que prensar cabeças humanas, mas mesmo isso não teria servido de nada, porque as verdadeiras ideias vêm de fora, estão ao lado do homem como spaghetti na marmita, de modo que os Konias do mundo inteiro queimam em vão os livros, porque quando os livros contêm algo de válido ouve-se apenas o seu riso silencioso no meio das chamas, porque o significado de um livro verdadeiro transvasa sempre para fora de si.»

Bohumil Hrabal, Uma solidão demasiado ruidosa, Afrontamento, pág. 10

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