Ocupam-nos com a sua feroz solidão
e conhecemos o seu cheiro, o consumo difuso, o visível de ambos os lados
Diante deles não é possível dissimular
a ironia ou a piedade
Esperam por nós entre diversas combinações
à superfície e para além disso
Um amigo é uma “machine à habiter”
o vento pré-histórico das montanhas geladas
Talvez pertençam a outros mundos
pois nos abraçamos sempre como sobreviventes
Com eles podemos arrancar uma canção
debaixo do dilúvio
José Tolentino Mendonça, Estação Central, 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário