terça-feira, maio 29, 2007

Resina

Irrompem caruma e dias
Aparentemente belos, breves…
Erguem-se troncos castanhos e
anos
longos.
Estendem-se.
raízes que prendem à terra
ramos que espreguiçam
que anseiam um outro lugar

há resina que cola e que fica
sangue seiva
que teima em não sair das mãos que infligem golpes.

Tudo escorre,
lentamente,
tudo cabe num púcaro

emdoisemtrês

Somos cilindros ocos
resinados à morte.

6 comentários:

groze disse...

É teu? E pergunto-o porque não colocaste autor... está muito bom. É muito bom.

Um Abraço!

Dimitrino disse...

Eu também gosto muito, mas....ao contrario da minha série "Sabes de quem é?", este poema não tem charada.....é mesmo teu???

whyme disse...

É meu. Muito obrigada, fico feliz por gostarem*

astrophil disse...

Um belo poema, sem dúvida.

neverland disse...

Também gosto muito do poema.
A forma como cresce, a precisão das palavras.
Os golpes, às vezes, são de asa.

Anónimo disse...

Entre o que nos fixa ao castanho familiar e morno das raizes, e o que nos ascende e impele ao cimo, "ânsia de outro lugar", seremos só "cilindros ocos"? E tão escassos? Não sei. Sei que gosto das imagens do pinheiro, da seiva resinosa. Um belo poema, sim, whyme!
bj