Enfim, acabou-se. Ao menos assentamos a teoria definitiva da existência. Com efeito, não vale a pena fazer um esforço, correr com ânsia para coisa alguma...
Ega, ao lado, ajuntava, ofegante, atirando as pernas magras:
- Nem para o amor, nem para a glória, nem para o dinheiro, nem para o poder...
A lanterna vermelha do «Americano», ao longe, no escuro, parara. E foi em Carlos e em João da Ega uma esperança, outro esforço:
- Ainda o apanhamos!
- Ainda o apanhamos!
De novo a lanterna deslizou, e fugiu. Então, para apanhar o «Americano», os dois amigos romperam a correr desesperadamente pela rampa de Santos e pelo Aterro, sob a primeira claridade do luar que subia.»
Eça de Queirós, Os Maias
4 comentários:
Se há coisa que me apraz, é apanhar um americano.
Outra, é Eça. Se bem que, reconheça-se, nem tudo (acho "A Relíquia" praticamente abominável).
Ah! Apraz-me A Relíquia! :-p
O fatalismo muçulmano fica-«lhes» tão bem, portugueses!
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